No quadro negro, as imagens se movimentam com o toque das mãos. Nas
tradicionais carteiras, além de cadernos e lápis, as crianças podem acessar a
internet. A cena que parece ser de um filme de ficção científica está mais real
do que se imagina. Essas e várias outras tecnologias já estão sendo utilizadas
em escolas brasileiras.
Em Pelotas (RS), a Escola de Ensino Fundamental e
Médio Mário Quintana já aderiu às lousas digitais desde junho do ano passado.
Segundo a professora de língua portuguesa da escola, Thaís de Almeida
Rochefort, a ferramenta permitiu que os alunos dessem “vida aos conhecimentos”.
“Assuntos antes tratados de maneira menos interativa, agora fazem com que os
alunos se sintam parte deles, co-autores”, explica.
Ela e outros professores têm recebido
treinamentos constantes para se adaptar à nova tecnologia. “A cada aula
descobrimos novas possibilidades de tornar a escola mais próxima e
significativa”, conta, ao ressaltar que a reação dos alunos não poderia ser
mais positiva.
Um exemplo de programa que pode ser utilizado na
lousa digital é o software em três dimensões. Com ele, os professores podem
elaborar aulas interativas, revelando o interior de uma célula, o relevo de um
mapa, ou até mesmo os músculos do corpo humano. Basta, por exemplo, tocar o
dedo na tela para o sistema solar aparecer e se movimentar.
Desenvolvido pela empresa P3D, em parceria com a
Universidade de São Paulo (USP), o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares
(Ipen) e o Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec), o software já
está sendo utilizado em 200 escolas privadas e 30 públicas no Brasil. O
programa não tem texto, nem guia de voz, somente imagens de grande qualidade
gráfica.
Segundo a professora Jane Vieira, executiva da P3D, esta
característica é uma vantagem porque as imagens podem ser usadas com qualquer
material didático, independentemente de filosofia, pedagogia e didática. Jane
Vieira garante que em breve o instrumento será oferecido em software livre, o
que permitirá que todas as escolas utilizem gratuitamente.
Já no município de Serrana (SP), cidade próxima a
Ribeirão Preto, as carteiras eletrônicas são a novidade. Conhecidas como Lap
Tup-niquim, elas dispõem de uma tela sensível a toques, sobre a qual se pode escrever
fazer desenhos ou equações. O tampo pode ser levantado, e abaixo dele fica um
teclado, caso seja necessário digitar. A CPU do computador fica acoplada
embaixo da carteira.
Desenvolvidas em parceria pelo Centro de Pesquisas
Renato Archer (Cenpra), de Campinas, instituição do Ministério da Ciência e
Tecnologia, e pela Associação Brasileira de Informática (Abinfo), empresa
abrigada na Companhia de Desenvolvimento do Pólo de Alta Tecnologia de Campinas
(Ciatec), cerca de 300 carteiras eletrônicas já estão sendo utilizada na Escola
Municipal Maria Celina. De acordo com Victor Mammana, idealizador do projeto, o
diferencial da carteira é justamente a superfície de interação. “Como diz Bill
Gates, a próxima revolução não será de conteúdo nem da forma de apresentá-lo,
mas, sim, da maneira como o corpo humano irá interagir com a tecnologia”,
afirma. O projeto tem apoio da Secretaria de Educação a Distância do Ministério
da Educação.
Fonte: Portal do Prfessor-MEC
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