O momento pelo qual o mercado brasileiro se encontra na adoção de tecnologias em comparação com as tendências mundiais está retratado no estudo “A essência do CIO”, realizado pela IBM com mais de 3 mil líderes de TI de 72 países (sendo 190) do Brasil, de cinco setores de mercado (público, comunicações, industrial, finanças e distribuição).
Com o objetivo de traçar um cenário que aponte as preocupações, prioridades e caminhos para o CIO brasileiro, o estudo identificou que o líder de TI está ainda mais alinhado com o CEO (Chief Executive Officer), o que demonstra como a tecnologia tem trabalhado cada vez mais a favor dos objetivos de negócios das organizações.
De acordo com o estudo mundial, são três as principais prioridades do CIO para os próximos cinco anos: inteligência de negócio, maior aproximação com os clientes e capacitação profissional. Estas prioridades foram as mesmas apontadas por CEOs no estudo Global CEO Study 2010, conduzido pela IBM com mais de 1,5 mil líderes de empresas de 60 países, incluindo o Brasil.
A pesquisa também reforça o crescimento do papel estratégico do CIO como impulsionador da transformação do negócio. Neste contexto, as ferramentas de business analytics, métricas preditivas e outras soluções que transformam informação em inteligência de negócio têm ganhado maior relevância no mercado.
Estas tecnologias aparecem no topo das prioridades do CIO brasileiro: 83% deles destacaram a importância de painéis de controle visuais interativos e que monitorem em tempo real informações estratégicas para a empresa. Soluções de análise de clientes aparecem como a segunda prioridade para os CIOs no Brasil, apontada por 75% dos entrevistados. Seguidas de perto por soluções de data warehousing, gerenciamento de dados e funcionalidades de busca (68%, 61% e 58%, respectivamente).
A partir das entrevistas, cada empresa foi classificada em um dos 4 mandatos referentes à adoção de TI identificados pelo estudo: Alavancar, Expandir, Transformar e Desbravar. No primeiro mandato (Alavancar) enquadram-se as empresas que estão em um momento de rever o ambiente legado e utilizam a tecnologia com foco em manutenção e automatização de alguns processos de negócios. Na amostragem global, 14% das organizações estão neste perfil – no Brasil, o número cai para 9%.
No mandato Expandir, no qual é possível identificar uma TI com maior influência nos negócios e que vai além das questões operacionais, estão quase metade dos entrevistados: 50% global e 45% Brasil.
Segundo o gerente de consultoria de TI da IBM Brasil, Marcelo Piassarollo, esse resultado reflete uma rápida evolução do País na forma de se pensar o papel da TI nos negócios e torná-la cada vez mais alinhada com as expectativas dos CEOs. “Há apenas cinco ou seis anos veríamos a maioria das empresas brasileiras no mandato Alavancar.
Em um curto espaço de tempo conseguimos nos igualar à média dos mercados desenvolvidos, o que demonstra que o Brasil chegou ao seu melhor momento de crescimento e maturidade”, afirma. “Esse resultado é proveniente do aquecimento do mercado local, que levou – e continuará incentivando – as empresas a buscar uma TI que acompanhe o crescimento de seus negócios”.
O executivo identifica que levará cerca de dez anos para que a maioria das empresas do País passe para o mandato Transformar, que tem um foco maior em otimização, simplificação e inovação, em um cenário no qual a tecnologia seja coparticipante do processo de transformação do negócio. Hoje, 23% dos entrevistados mundiais, e 28% dos brasileiros, encontram-se neste perfil.
O estudo identificou que 18% das empresas brasileiras pesquisadas, ante 13% das mundiais, se encontram no quarto mandato de adoção de tecnologia: o Desbravar, que contempla uma TI que seja capaz de promover inovação no desenvolvimento de produtos e no modelo de negócios de uma organização. No Brasil, a maioria das empresas que se encontram nos mandatos Transformar e Desbravar é dos segmentos de Varejo, Finanças e Seguros.
“Por meio da definição dos mandatos o CIO terá uma visão mais clara de seu papel na organização e poderá promover a utilização da tecnologia em favor das prioridades de negócios. Os mandatos são definidos a partir destas necessidades estratégicas e o mais indicado será o que melhor atender aos objetivos da organização”, complementa Piassarollo. “Um mandato não é, definitivamente, melhor que o outro e precisa ser definido de acordo com o nível de maturidade da empresa e do seu alvo para os próximos anos”.
A pesquisa apontou algumas sugestões para os líderes de TI seguirem esse caminho, como decodificar os dados, entregando informações pertinentes ao negócio; sugerir ferramentas que auxiliem na tomada de decisões em tempo real; indicar novos canais de interação com clientes e parceiros; promover a integração entre TI e negócios; utilizar redes sociais para melhor compreender a percepção dos clientes sobre a empresa; incentivar a inovação; aumentar a transparência e promover a colaboração com parceiros de negócios; padronizar e simplificar processos; delegar aos parceiros de negócios funções não estratégicas de TI; obter profundo conhecimento do negócio; liderar e dedicar parte do seu tempo à inovação.
Fonte: Convergência Digital
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